segunda-feira, 26 de maio de 2008

Indiana Jones e seu filme mais-ou-menos.


Vi Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal na pré-estréia, mas só agora resolvi postar alguma coisa aqui. O fato é que saí decepcionado do cinema. E essa impressão não mudou muito cinco dias depois. O filme tem uma primeira metade absurdamente genial. Steven Spielberg, em estado de graça, abusa da paródia ao clima de paranóia dos anos 50. Os comunistas são seres diabólicos, mas é assim que eles seriam retratados num filme daquela época. Esquerdistas chatos que não entenderem a brincadeira merecem queimar no inferno pela falta de senso de humor. Mas não é só isso. Todas as referências ao período são propositadamente exageradas e caricaturais, da cena inicial ao figurino do Shia LaBeouf. A minha empolgação chegou ao limite com tanta inteligência e criatividade, só comparáveis à sequência inicial do fantástico Indiana Jones e o Templo da Perdição. Mas aí, o nosso herói vai pra Amazônia e tudo vai por água abaixo. O que acontece em seguida lembra o tédio que foi aquele King Kong do Peter Jackson, sem falar no velho clichê da excursão por cavernas com tochas acesas: Indy na frente e uma infinidade de parceiros atrás. A conclusão da aventura em si é constrangedora, mas o filme é salvo por uma brilhante cena final, onde Spielberg quase consegue recuperar tudo que tinha sido construído no início. Vejam bem: quase. Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal não só é o pior filme do personagem, como também tem grandes chances de ser o pior filme da carreira do diretor. O que, em se tratando de um gênio como Spielberg, também não quer dizer muita coisa.

2 comentários:

Rafael Koff disse...

Apesar de concordar que a primeira metade é superior, defendo até o fim que o filme é um espetáculo.

Leandro Andrade disse...

eu sai do cinema achando que eu ia mais rápido pro além devido ao excesso de diversões.