segunda-feira, 29 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Michael Bay e o cinema dos sentidos.


Esse cara aí de cima é considerado por boa parte da crítica como um dos piores diretores do cinema (pelo menos entre o time A de Hollywood, de grandes orçamentos e bilheterias). Antes disso, esse mesmo cara foi considerado um dos melhores diretores de filmes publicitários do mundo. Será possível que ele tenha perdido tanto a mão ao fazer essa transição? A diferença é que na publicidade, os filmes são feitos para vender produtos. No cinema, o filme é o produto. E quem está acostumado a um cinema cerebral, que faça pensar e refletir, a sensação de vazio ao ver um filme de Michael Bay é quase inevitável. Por que quase? Porque dá sim para apreciar o cinema desse diretor sob uma perspectiva artística. Em primeiro lugar, Michael Bay é um autor. Ele desenvolveu um estilo próprio de contar histórias, apoiado principalmente pela edição, trilha sonora e fotografia. Bay utiliza esses elementos com a intenção de provocar um assalto aos sentidos. A emoção, em seus filmes, é provocada pela visão e audição. Não há aquele processamento no cérebro que as grandes obras provocam: o de fazer a gente se emocionar pela identificação e pela inteligência do que se está vendo. Mas o que eu coloco aqui é: isso é necessariamente ruim? Por que as emoções básicas e simplórias têm que ser rejeitadas tão veementemente? Provocar thrills através da pura técnica é crime punível com a pena de morte? Não. Porque cinema também é isso. Por exemplo: considero Casablanca o filme mais perfeito já realizado, por sua consistência dramática, suas sutilezas, atuações e roteiro absolutamente impecável. É cinema industrial feito por verdadeiros artistas. Mas não é isso que me vai me levar a rejeitar o extremo oposto. Quem ama cinema, obrigatoriamente, tem que ter uma visão ampla da arte, e não se restringir à admiração de apenas um tipo de caminho. O cinema de Michael Bay é radicalmente comercial. Não há objetivo ali a não ser a criação de um evento que leve milhões ao cinema e encha os bolsos dos produtores. Mas porque esses filmes alcançam esse objetivo? Porque por trás deles existe um mestre na técnica de manipular as emoções do público. Principalmente o público mais juvenil, que ainda não desenvolveu emoções mais complexas. Ou seja, existe talento aqui. Pode-se questionar a ética desse talento, mas nunca a força da sua estética. Os piores filmes de Michael Bay são justamente aqueles onde existiu a pretensão de se fazer algo além da sua capacidade: Pearl Harbor, uma derivação inferior de Titanic e outros épicos românticos, que tentou remeter à Era de Ouro de Hollywood sem ter no entanto, a sensibilidade dos filmes desse período. E A Ilha, onde a intenção de se fazer uma distopia com toques filosóficos naufraga diante da falta de uma bagagem cultural e intelectual adequada. 

Prontos para salvar o mundo e encher os bolsos de grana.

Já os melhores filmes do diretor são, não coincidentemente, os que mais faturaram: Armageddon e Transformers. E isso é óbvio, na medida em que a ética e a estética de seu cinema estão voltados para as bilheterias. O que difama Michael Bay é um erro de interpretação dos críticos, que confundem intenções e objetivos com falta de talento. E uma das coisas que fazem parte do gostar de cinema é ver o cinema com uma cabeça mais aberta. Sexta que vem estréia Transformers 2. E eu estarei entre os primeiros na fila.

A melhor criação de Michael Bay.

sexta-feira, 12 de junho de 2009