sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O melhor filme do Woody Allen.


A imagem acima poderia ser suficiente. Nenhum filme do Woody Allen tem uma cena tão marcante visualmente. Mas Manhattan tem muito mais do que isso. Allen tinha se firmado como um grande cineasta com Annie Hall, dois anos antes. Mas enquanto o filme de 1977 apresenta uma necessidade de mostrar serviço e criatividade através de uma narrativa fragmentada, onde praticamente cada cena utiliza um recurso diferente, Manhattan é obra madura, contada de maneira mais clássica, e até por isso, mais resistente ao tempo. A fotografia em preto e branco, by Gordon Willis, e a trilha somente com clássicos de George Gershwin passam uma visão nostálgica de Nova York, em contraponto ao fato da história ser totalmente contemporânea. Isaac Davis começa o filme envolvido com a adorável Tracy. Detalhe: ele tem 42 e ela, 17. Mas logo começa um relacionamento com a ex-amante do melhor amigo, uma pseudo-intelectual que tem como passatempo incluir gente como Fitzgerald e Van Gogh na sua academia de superestimados. “Não esqueça Mozart.”, diz ele. O fato de Isaac trocar a surpreendentemente madura Tracy pela insegura e neurótica Mary é daquelas coisas de que só o ser humano é capaz. E isso não é um elogio a nossa espécie. Isaac começa a perceber o que perdeu quando faz uma pequena lista das coisas que valem a pena na vida. A listinha começa com Groucho Marx e termina com “o sorriso de Tracy”. Aí entra a homenagem às comédias românticas dos anos 50, com direito a uma corrida desesperada para impedir a mocinha de viajar. Mas é um filme de Woody Allen, e ela vai embora. Não sem antes garantir que volta para ele em seis meses. Tracy: “...not everyone gets corrupted... you have to have a little faith in people.” Sorriso resignado de Isaac. Entra Rhapsody in Blue. Tela escura. Directed by Woody Allen. E eu entendo mais do que nunca porque chamam o cara de gênio.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Jai Ho.


Slumdog Millionaire é sensacional. Ponto. Aí em cima, os créditos finais, com a canção ganhadora do Oscar. Mas de preferência, deixe pra ver na tela de cinema, que a surpresa é maior.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Movie posters.





Post preguiçoso, pero colorido.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ficção.











Fui ver Operação Valquíria no fim de semana (bom filme, um thriller com thrills), e naquela paradinha no Joe e Leo's depois do cinema, eu comentei sobre como é difícil acreditar que um país inteiro tenha entrado naquela loucura coletiva que foi o nazismo. E o pior: isso nem faz tanto tempo. O nazismo para mim é mais surreal do que o homem na lua. As fotos acima são da revista Life. E são reais. Mas o meu cérebro não consegue assimilar isso. Pra mim, no fundo, essas fotos são stills de uma superprodução hollywoodiana, por sua vez baseada em um livro de ficção distópica a la George Orwell. E já que eu escolhi acreditar na humanidade, é melhor deixar assim mesmo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Hemlock.


Curta de animação pra lá de bem feito.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Go, Speed Racer.


Um dos maiores ícones pop do mundo vai ter a sua história original publicada pela primeira vez no Brasil, pela editora NewPOP, especializada em quadrinhos japoneses. Pra quem não sabe, Speed Racer é originalmente um mangá e não um animê. A promessa é de dois volumes de 300 páginas, um em julho e o outro em setembro. O filme? Só quando der pra ver de graça.

Song to the Siren.


Música do Tim Buckley, em versão do John Frusciante. Segunda faixa do álbum The Empyrian.

Long afloat on shipless oceans
I did all my best to smile
'Til your singing eyes and fingers
Drew me loving to your isle
And you sang
Sail to me
Sail to me
Let me enfold you
Here I am
Here I am
Waiting to hold you

Did I dream you dreamed about me?
Were you here when i was full sail
Now my foolish boat is leaning
Broken lovelorn on your rocks,
For you sing, "Touch me not, touch me not, come back tomorrow:
O my heart, O my heart shies from the sorrow"

I am puzzled as the newborn child
I am troubled at the tide:
Should I stand amid the breakers?
Should I lie with Death my bride?
Hear me sing, "Swim to me, Swim to me, Let me enfold you:
Here I am, Here I am, Waiting to hold you"

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Vinyl.

What's Goin' On/What's Happening Brother.


Dobradinha com a voz inacreditável do Marvin Gaye ao vivo. A beleza, a beleza...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

The Wrestler.


Mickey Rourke não merece o Oscar de Melhor Ator. Ele merece é entrar pra uma lista das 10 mais memoráveis atuações da história. Seu personagem em The Wrestler é tão real que fica difícil acreditar que ele foi criado por alguém. Quando o filme termina, a gente sente falta de um "based on a true story". Mas isso não se deve somente ao incrível trabalho do ator. O roteiro do filme foge da inverossimilhança e da forçação de barra como o diabo da cruz. E o diretor, que tem no currículo nada menos que Réquiem para um Sonho, trata de conduzir a coisa toda com o mesmo olhar nada esperançoso em relação ao famoso "sonho americano". Darren Aronofsky não foge de alguns clichês dos filmes sobre lutadores decadentes que obtém uma segunda chance. A diferença é que ele se utiliza desses clichês justamente para mostrar que seu filme é diferente, que seu conteúdo é outro. Ele faz o espectador identificar o que viu em outros filmes só para surpreendê-lo com a maneira que as situações são (ou não) resolvidas. Para dar um exemplo da genial simplicidade do filme: quando o personagem de Rourke caminha, a câmera o acompanha por trás, passando a sensação de que ele está sempre se dirigindo ao ringue para mais uma luta. Mas os golpes da vida real não são combinados, como na luta livre. Enquanto diretores como David Fincher se entregam às facilidades do cinemão, Aronofsky se mantém fiel a sua arte e suas crenças. E é disso que a gente, que gosta mesmo de cinema, precisa. Na trilha, hard rock bagaceiro dos anos 80, e uma música arrasadora do Bruce Springsteen nos créditos finais. Tento me segurar nos elogios, mas nesse caso é difícil: obra-prima.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Falling Down.


Vídeo (porque odeio a palavra clip) novo do Oasis.

Era do Jazz.


Pra uma coisa serviu eu ter visto o equivocado Benjamin Button: descobri, com um atraso vergonhoso, a obra do F. Scott Fitzgerald. Tô lendo uma edição circa 1963 do livro acima, emprestado pela minha mãe. E quase tão impressionante quantos os textos foi a vida do autor, dissecada em um enorme prefácio. O cara praticamente inventou os anos 20, virando ídolo da juventude da época, que lia avidamente seus livros e imitava seu life-style cheio de festas, álcool e sexo, na euforia que veio antes da Grande Depressão. Fitzgerald era bipolar como a América.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Nicholas Gurewitch.

Coisas que ele nunca faria.

Epidemia de cegueira no youtube.


- Sensacional essa entrevista do Stephen Colbert com o Paul McCartney, não?
- Bah, se tivesse Comedy Central no Brasil, eu assinava certo.

Será que se os executivos da famosa rede de TV por assinatura tivessem ouvido esse diálogo acontecido aqui na agência, eles teriam mandado o youtube tirar a entrevista do site no dia seguinte? O youtube está morrendo, porque com medo de processos milionários, atende a todos os pedidos de retirada de vídeos ou áudio que infringem direitos autorais. E realmente não dá pra condenar o site. O que me impressiona cada vez mais é a falta de visão dessas mega-corporações (redes de TV, gravadoras), que não percebem que essa veiculação informal só ajuda a despertar o interesse por seus produtos. É como se um anunciante pedisse para o youtube retirar seus comerciais do ar. No caso da Paramount Pictures, foi quase isso que aconteceu. O trailer do novo Transformers, que foi uma das atrações no valorizadíssimo break do Super Bowl, ganhou veiculação gratuita no youtube. E pediram para tirar do site. Um trailer! O comercial do filme! Até as produções caseiras que satirizam ou homenageiam músicas, filmes ou programas de TV servem como divulgadores gratuitos, despertando a curiosidade e a procura por mais. Como é que eu e você sabemos disso e eles não? Se alguém sabe dos motivos mercadológicos para esse tipo de atitude, comments por favor. Já a minha impressão é de que a era do controle acabou. Não adianta tentar ir contra. É hora de relaxar, gozar e lucrar com isso.

Shakespeare + Beatles = Peter Sellers

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O dia em que a música morreu.


Tentei escrever aqui um texto homenageando o Buddy Holly (ontem fez 50 anos que o avião caiu), mas não ficou à altura do gênio. De qualquer maneira, nenhum textinho seria melhor que ver o cara tocando Peggy Sue, certo?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Forrest Gump.


Depois de ler o maravilhoso conto do F. Scott Fitzgerald, fiquei com ainda mais raiva de Benjamin Button, o filme. Uma história satírica, cômica e inteligente virou um dramalhão de auto-ajuda bem fotografado. E com resquícios de Titanic e Forrest Gump. Confira as comparações com Forrest no divertidíssimo vídeo acima.