segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O maior de todos.


Nesse fim-de-semana aconteceu algo que eu nunca imaginei que um dia fosse acontecer. E não foi a acachapante vitória de 4 a 1 no Gre-Nal. Foi a perda de um ídolo. Paul Newman sempre fez parte da minha vida, desde quando comecei a me apaixonar por cinema vendo reprises de Butch Cassidy na TV, lá pelos onze anos de idade. Por algum motivo, talvez a quase inexistência de filmes onde ele já estivesse velho, eu dificilmente associava a imagem de Paul Newman a de um cara idoso, que logo poderia nos deixar. Por isso o impacto é maior. E se torna ainda mais complicado quando eu lembro que, há uns três anos, assistindo ao filme O Indomado, tive um insight de que ele, Paul Newman, e não Marlon Brando, era o maior ator do cinema americano.

Newman é de uma geração de atores que tinha Brando como modelo a seguir. A criação de personagens complexos, cheios de defeitos, e justamente por isso extremamente humanos e dignos de compaixão, marcada pelo jeito naturalista de Marlon Brando, foi mais além com Paul Newman. Para ter uma idéia geral do alcance do talento desse ator, basta assistir a esses que, na minha opinião, são seus filmes mais importantes:

Desafio à Corrupção (The Hustler, 1961)


Eddie Felson é o craque da sinuca que perambula pelos Estados Unidos escondendo o jogo e faturando em cima dos otários. Em um de seus maiores personagens, retomado depois em A Cor do Dinheiro, Newman usa seu ponto forte: expor a fragilidade de um homem que por fora parece imbatível, na mesa de sinuca ou na vida.

Rebeldia Indomável (Cool Hand Luke, 1967)


Luke é um condenado em uma prisão agrícola cuja única ideologia é a liberdade. Para ele não existe governo (o personagem é preso destruindo parquímetros), nem Deus, nem família. Apenas o ser humano em estado puro, sem amarras. Como diz o diretor da prisão em uma frase clássica: "Some men you just can't reach". Newman é um deles.

Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969)

Butch é uma espécie de Luke do velho Oeste. Os assaltos de sua gangue são muito mais uma manifestação de liberdade do que propriamente atos criminosos. Mas não adianta fugir para lugares distantes como a Bolívia. O sistema vai atrás. "Quem são esses caras?", perguntam, incrédulos, Butch e Sundance, quando percebem que seus perseguidores não vão desistir. O personagem mais simpático da carreira do ator. E provavelmente o mais lembrado.

Golpe de Mestre (The Sting, 1973)

Henry Gondorff é um trapaceiro. Mas não um simples trapaceiro. Ele é o rei de todos os trapaceiros. Já semi-aposentado, ele volta para um último e decisivo golpe. Motivado pela idéia de vingar o assassinato de um velho amigo? Ou para reviver uma época onde tudo parecia fazer mais sentido? Newman constrói um personagem complexo em um filme que talvez nem precisasse disso.

Estrada para Perdição (Road to Perdition, 2002)

John Rooney é o chefão de uma família de criminosos irlandeses, que transfere o amor que não sente pelo filho para um de seus fiéis subordinados. Quando tem que decidir pela morte dessa pessoa, só Newman é capaz de mostrar toda a dor que o personagem sente. Em uma cena silenciosa, a despedida de um dos maiores gênios das telas.

Acho que sempre me identifiquei com os personagens de Paul Newman, e não só pelos olhos azuis. Mas principalmente pelo fato de que todos guardam algumas coisas só para eles. Sempre bem escondidas por aquele sorriso.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Poderoso Chefão, de novo.


A Empire, revista que trata o cinema de um jeito pop, mas com competência jornalística, acaba de divulgar com o devido alarde a sua lista de 500 maiores filmes de todos os tempos. E deu O Poderoso Chefão de novo. Sinceramente, adoro esse filme, mas não vejo motivos para ser escolhido O MELHOR. Não há nele nada de inovador em termos de linguagem, mesmo para a época. É uma história bem contada, de forma impecável e talentosa. Mas ainda acho que Cidadão Kane continua fazendo por merecer o seu outrora tradicional primeiro lugar. Não que seja meu filme favorito. Mas numa lista como essa, feita por várias pessoas, o gosto pessoal tem que dar espaço ao mérito artístico. O Poderoso Chefão é um grande filme. Cidadão Kane é um grande filme que mudou a história do cinema. Mas, enfim, a Empire é uma revista pop.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Esse vai pra parede lá em casa.

A Short Love Story.


Bonita animação em stop-motion com trilha do Sigur Rós.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Léon.


Gravura inspirada pelo genial filme O Profissional, de Luc Besson.

U2 3D.


Eu confesso: tava louco pra ver esse filme. Foda-se o Ensaio sobre a Cegueira. Eu queria mesmo era ter a sensação infantil de ficar maravilhado ao ver as imagens de um filme saindo da tela. E não me arrependi. U2 3D impressiona em tudo. A técnica de projeção em 3d finalmente chegou a um nível onde é possível dizer: "Ok, de agora em diante é só isso que eu quero ver, rapazes". Tá bom, o troço não é tão perfeito assim. Em alguns momentos a imagem embaralha e tal, e a nitidez não se aproxima das exibições normais do Arteplex. Mas a percepção de que o cinema pode oferecer muito mais do que aquela tela chapada, e agora com real qualidade, faz a gente esquecer qualquer imperfeição. E não é só isso: o som também impressiona, com um alto nível que eu nunca tinha visto em uma sala de cinema. O filme serviu até pra que eu finalmente reconhecesse que o U2 é uma grande banda de rock. O único problema? A dor de barriga que eu senti durante toda a projeção. Culpa do Joe e do Leo.

Keith Jarrett.


A cada fim de semana, eu coloco uns 20 discos inteiros no meu ipod. E vou ouvindo aos poucos cada um deles. Hoje, vindo pra NH, ouvi pela primeira vez o pianista de jazz Keith Jarrett. Curti logo de cara. Quando cheguei na agência ainda vi um post sobre ele no Updateordie, colocado hoje mesmo. É daquelas coincidências que fazem a gente acreditar em destino. Na hora me veio a certeza de que a música desse cara vai fazer parte da minha vida a partir de agora. Dá uma olhada no vídeo acima pra ver se bate a mesma coisa.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Bandeja do McDonald's.


Claro que nunca foi aprovada, o que prova a bunda-molice da famosa rede de lanchonetes. Mais Hiro Kawahara, aqui.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Gurewitch profeta.


Qualquer relação com a super-máquina que começou a operar hoje na fronteira entre a França e a Suíça, terá sido mera coincidência. Será?

Álbum clássico do dia.


O primeiro disco dos Wailers sem Peter Tosh e Bunny Wailer mostrou que Bob Marley tinha brilho suficiente pra reinar sozinho. Desde a abertura, com a pilhante Lively Up Yourself, passando pela batida porém emocionante No Woman No Cry (a versão de estúdio é muito melhor que aquela gravação ao vivo médio chata), e pelas sócio-políticas Them Belly Full e Rebel Music, Natty Dread provoca sensações bem diferentes do que um disco de rock. O reggae, quando é genial como nesse álbum, alcança na gente uma coisa que eu só posso chamar de alma (embora eu costume dizer que não acredito na existência dessa entidade). Com isso, o prazer de ouvir é constante, sem nenhum tipo de desgaste, porque o percurso pelo qual a música passa não é o simples ouvido-cérebro. Ela chega até o mesmo lugar em que algumas pessoas especiais também estão, aquelas poucas pessoas de quem a gente nunca cansa da companhia, e que quando não está junto sente falta. Ah, e o lado B tem So Jah S'eh, Natty Dread, a belíssima Bend Down Low, Talkin' Blues e Revolution. Todas impecáveis. Mesmo que você diga que não gosta do gênero, tente ouvir com calma e atenção. Quando aparecerem as primeiras lágrimas, é porque não tem volta.

Abaixo, Lively Up Yourself no estúdio, em 1974, ano do lançamento de Natty Dread.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

If you wanna be happy.


0 hit de 1968, de Jimmy Soul, dizia que se você quer ser feliz pro resto da vida, tem que casar com uma mulher feia. Não concordo 100% com esse conselho, mas a letra e a música são divertidíssimas.

IF YOU WANNA BE HAPPY

Hey hey hey hey hey
If you wanna be happy for the rest of your life
Never make a pretty women your wife
Go for my personal point of view
Get an ugly girl to marry you

If you wanna be happy for the rest of your life
Never make a pretty women your wife
Go for my personal point of view
Get an ugly girl to marry you

A pretty women makes her husband look small
it very often causes a system fall
As soon as he marrys her then she starts
looking for things that will break his heart
but if you make an ugly women your wife
you’ll be happy for the rest of your life
An ugly women will put peals on that
and she’ll always give you a piece of that.

If you wanna be happy for the rest of your life
Never make a pretty women your wife
Go for my personal point of view
Get an ugly girl to marry you

Don’t let your friends tell you you have no taste
go ahead and marry anyway
Her face is ugly her eyes don’t match
take it from me shes a better catch

If you wanna be happy for the rest of your life
Never make a pretty women your wife
Go for my personal point of view
Get an ugly girl to marry you

Dude 1:say man
Dude 2:hey man
Dude 1: I saw your wife the other day
Dude 2: Yeah
Dude 1: Yeah and Shes Ugly
Dude 2: Yeah shes Ugly but she sure can cook baby
Dude 1: Yeah

If you wanna be happy for the rest of your life
Never make a pretty women your wife
Go for my personal point of view
Get an ugly girl to marry you

If you wanna be happy for the rest of your life
Never make a pretty women your wife
Go for my personal point of view
Get an ugly girl to marry you

If you wanna be happy for the rest of your life
Never make a pretty women your wife
Go for my personal point of view
Get an ugly girl to marry you

(FADE)
If you wanna be happy for the rest of your life
Never make a pretty women your wife
Go for my personal point of view
Get an ugly girl to marry you

Mundo pop.


























Mais imagens aleatórias no blog Waxin' & Milkin'.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Agora eu vi.


R.E.M. dia 6 de novembro no Estádio do Zequinha. Grandes chances do set-list ser mais ou menos o mesmo desse de Vancouver.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Nicholas Gurewitch.


Como o cara anda com preguiça de botar uma tira nova no site, vai essa antiga mesmo.

Precursor.


Circa 1904-1906, Winsor McCay já explorava a fundo os recursos dos quadrinhos.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Minas tocando.


We Got the Beat, clássico das Go-Go's que tocava na empolgante abertura do semi-clássico Picardias Estudantis. Veja e seja feliz por uma semana inteira, no mínimo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Nascido para Matar.


Tentaram mostrar a loucura da guerra de tudo que é jeito, mas Kubrick fez o filme definitivo sobre o assunto. Detalhe: é uma das obras menos pretensiosas do diretor. Como em seus maiores filmes, ele apenas observa, e deixa o espectador pensar por si próprio.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O Iluminado.


Um pouco superestimado, esse filme ainda tem momentos de puro brilho. Méritos do rigor estético de Stanley Kubrick. À primeira vista uma simples história de horror, trata-se na verdade de uma inteligentíssima parábola sobre a dificuldade de se viver em família.

Laranja Mecânica.


Alex surra velhinhos e estupra mulheres inocentes. Mas logo passa a ser vítima de um sistema cínico onde todos, dos políticos a seus antigos amigos, ostentam algum grau de hipocrisia. No fim, torcemos para o personagem mais puro do filme: Alex. Coisa de gênio.