sexta-feira, 3 de julho de 2009

A inteligência de Transformers.


Começo pela parte mais difícil: gostei de Transformers 2. Pronto. Agora o resto fica mais tranqüilo. O fato é que eu já era fã do primeiro filme, como dá pra constatar pelo texto um pouco mais abaixo onde eu tento defender o Michael Bay. E pra ver um filme como esse sem o olhar critico que eu dedicaria a coisas mais engajadas artisticamente, basta colocar as coisas em seu devido lugar. Quando eu vejo Transformers 2, eu quero um filme longo, com efeitos especiais espetaculares, ação ininterrupta e, deixando a hipocrisia de lado, altas doses de Megan Fox. E o filme tem tudo isso. Mas vou tentar falar sério um pouco. Trata-se de uma obra para a nova geração, feita com o cuidado de agradar as hordas de adolescentes que são o principal público de cinema no mundo. E tudo no filme é cuidadosamente pensado para atingir esse objetivo. Em primeiro lugar, a aposta na imagem e no som em detrimento do conteúdo. Trata-se de uma obra anestesiante, que não permite uma reação intelectual do espectador. Não existe tempo para isso.


Mas Transformers 2 vai ainda mais longe na tentativa de pegar esse público com os hormônios em ebulição. Há filmes pornôs mais sutis na maneira que abordam o sexo. Tudo em Transformers 2 é recheado de referências ao imaginário sexual. Desde a inexplicável beleza da atriz principal até as piadas de baixo calão que envolvem robôs tarados ou com testículos. E há a tecnologia. Não sou de me impressionar com efeitos especiais, mas os de Transformers 2 são de cair o queixo. Não há nada que passe a impressão de que aqueles robôs são animados e aplicados por computador. Não existem falhas técnicas aqui. Então temos essa combinação de sexo e tecnologia (os maiores interesses dos teenagers) que não tem outro propósito a não ser o comercial. A lógica de Transformers 2 é a lógica da publicidade. E como profissional da área eu não posso deixar de admirar a inteligência de business por trás do filme. E a habilidade de Michael Bay em concretizar isso tudo, colocando centenas de milhões de dólares nos cofres dos produtores. Arte é outra coisa, mas Transfomers 2 me diverte e me fascina. E ainda tem a Megan Fox.

2 comentários:

Jorge Cruz Jr. disse...

Valeu pela dica, Angelo. Tava um pouco desconfiado desse segundo filme e é bom saber que quem gostou do primeiro (como eu, que achei uma diversão de alto nível) pode ver o 2º e ignorar as críticas dos anti-Michael Bay.

Unknown disse...

É. Num mundo pillaesco, Cameron é medíocre, Bay é reelevante e vc é gênio. Aproveitando o tom da conversa: cheguei aqui viajando sem querer, voltarei sempre. O blog e seu conteúdo é mto, mto, mto interessante. rsrsrs