quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fã.


Nunca fui fã de Star Trek. Tinha visto os longas com a tripulação original e alguns episódios da série antiga. E só. Mas o filme que estreou sexta-feira mudou isso tudo. J.J. Abrams nunca conseguiu fazer com que eu me interessasse por Lost, mas me transformou num trekker de carteirinha. O filme é o que o cinemão de puro entretenimento não nos entregava desde o primeiro Piratas do Caribe: diversão impecável, caprichada, inteligente, e que faz a gente se sentir um pré-adolescente de novo. O grande mérito foi entender que pra conseguir o interesse do público, não bastava fazer um filme para os maníacos por Kirk, Spock e cia. Tinha-se que recomeçar mesmo. Mas não apenas com uma prequel, e sim com um filme dirigido ao público atual, como se a série estivesse começando agora, do nada, com um frescor que George Lucas não conseguiu imprimir nos episódios I-III de Star Wars. Para se ter uma idéia, tem até Beastie Boys na trilha. Os roteiristas Roberto Orci e Alex Kurtzman, que já tinham conseguido dar vida de verdade a uma história improvável sobre robôs gigantes que se transformavam em veículos, agora foram ainda mais longe. Para garantir o prosseguimento da série no cinema com total liberdade criativa, eles criaram uma realidade alternativa onde tudo que aconteceu na série de TV pode ser completamente ignorado. Toque de gênio. Mas se os fãs mais radicais podem ficar ofendidos com isso, o filme reserva uma participação comovente de Leonard Nimoy, o Spock original, e um final que presta reverência de joelhos ao programa dos anos 60. Provavelmente, o filme do ano. Sem exageros.



Sempre fui fã do Oasis. E ontem eu estava lá, no Gigantinho, com Liam Gallagher na minha frente (cantando mal mas e daí?) e o gênio Noel Gallagher um pouco mais à minha direita. O som, de onde eu estava, vinha embolado. As pessoas se aglomeravam ensandecidas desde a abertura com Rock n’Roll Star até o final com I Am the Walrus. Respirar era difícil. Suei uns cinco litros. E hoje eu estou surdo. Mas foi o maior show que eu já vi. E não estou falando de questões técnicas, óbvio. Quando vou a um show eu só levo em conta um aspecto: a emoção. E nada pode ser mais emocionante do que finalmente ver uma banda que faz parte da minha vida há 15 anos, e com amigos que compartilham comigo essa mesma paixão desde o começo. O fato de quase todas as músicas tocadas serem absolutamente brilhantes se torna até secundário. Segurei o choro em Don’t Look Back in Anger. Mas depois fiquei me perguntando porquê.

Em tempo: o hamburger do Mec Aurio é bem razoável. Não cheguei a virar fã, mas recomendo.

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