quarta-feira, 22 de abril de 2009

Frost/Nixon.


Política, jornalismo e História contemporânea são assuntos que me interessam. Por isso, eu estava louco pra ver Frost/Nixon. Mas não era nada do que eu esperava. O filme é, na verdade, bem melhor do que eu poderia imaginar. Ron Howard é um diretor tão habilidoso que conseguiu transformar um tema de interesse aparentemente restrito em algo que prende a atenção de qualquer um, desde a primeira cena. O diretor imprime um ritmo de thriller à história do apresentador de TV que faz de tudo para conseguir uma entrevista com o ex-presidente Richard Nixon, prevendo um grande sucesso de audiência. Mas, aos poucos, com a ajuda dos membros da sua equipe e do próprio Nixon, David Frost vai percebendo a importância real de um evento como esse, e deixa de lado a superficialidade de um típico entertainer para se transformar em um verdadeiro jornalista. Assim, Frost/Nixon é mais um filme sobre vitórias pessoais do que um tratado sobre política e corrupção. Frost é um Rocky Balboa desacreditado que no último round, acaba derrotando o Apollo-Nixon num duelo verbal emocionante e inesquecível. Claro que o resultado dessa peleja tem um sentido moral poderoso, mas o que marca mesmo é a idéia de que, em determinadas circunstâncias, qualquer um pode se superar como indivíduo, pessoal ou profissionalmente. E por falar em superação, Michael Sheen e Frank Langella mereciam um Oscar de Melhor Ator para cada um. Frost/Nixon é uma aula de como o cinema deve ser: inteligente e acessível ao mesmo tempo.

Nenhum comentário: