quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Woody Allen bronzeado.


A Espanha fez bem pro Woody Allen. Aliás, bem melhor que Londres. Vicky Cristina Barcelona é o melhor filme do diretor nesse século. E um dos melhores da prolífica carreira do velhote. Aliás, exceto por conter alta dose de sabedoria, o filme nem parece ter sido dirigido por um senhor de mais de 70 anos. Vicky Cristina Barcelona fala de pessoas jovens, cheias de dúvidas e inseguranças, mas deixando claro que essas dúvidas e inseguranças duram a vida inteira. Com a ajuda de uma fotografia sensacional, onde parece que a luz do sol bate na lente da câmera o tempo inteiro e os caras simplesmente esqueceram de corrigir, o diretor cria um clima altamente sedutor. Mas só para mostrar a capacidade que as pessoas têm de renunciar à felicidade ou algo que se aproxime disso. Com um elenco impecável, os créditos continuam com aquelas letras brancas em cima de um fundo preto, o que reforça cada vez mais a impressão de que a filmografia do Woody Allen é uma obra coesa, com lógica, onde um filme complementa o outro. E assim, ele vai passando por todas as nuances da psique humana. Sim, é gênio.

Um comentário:

Marlon Abrahão disse...

Tive a impressão de que a opinião do velhinho, o pai do Juan Antonio, é a síntese do filme: o homem não sabe amar. Acho que o filme trata do difícil equilíbrio entre a paixão e a razão... ou talvez do quanto se deva levar a sério o amor... ou do quão insensato é o sentimento... ou...