quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Álbum clássico do dia.


O primeiro disco dos Wailers sem Peter Tosh e Bunny Wailer mostrou que Bob Marley tinha brilho suficiente pra reinar sozinho. Desde a abertura, com a pilhante Lively Up Yourself, passando pela batida porém emocionante No Woman No Cry (a versão de estúdio é muito melhor que aquela gravação ao vivo médio chata), e pelas sócio-políticas Them Belly Full e Rebel Music, Natty Dread provoca sensações bem diferentes do que um disco de rock. O reggae, quando é genial como nesse álbum, alcança na gente uma coisa que eu só posso chamar de alma (embora eu costume dizer que não acredito na existência dessa entidade). Com isso, o prazer de ouvir é constante, sem nenhum tipo de desgaste, porque o percurso pelo qual a música passa não é o simples ouvido-cérebro. Ela chega até o mesmo lugar em que algumas pessoas especiais também estão, aquelas poucas pessoas de quem a gente nunca cansa da companhia, e que quando não está junto sente falta. Ah, e o lado B tem So Jah S'eh, Natty Dread, a belíssima Bend Down Low, Talkin' Blues e Revolution. Todas impecáveis. Mesmo que você diga que não gosta do gênero, tente ouvir com calma e atenção. Quando aparecerem as primeiras lágrimas, é porque não tem volta.

Abaixo, Lively Up Yourself no estúdio, em 1974, ano do lançamento de Natty Dread.

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