terça-feira, 26 de maio de 2009

Há dez anos.

1999 marcou o início de uma nova (e boa) fase para Hollywood, que dura até hoje. Filmes mais ousados, fortes e criativos (até no que se refere a blockbusters), em uma espécie de revival da revolução que o cinema americano conheceu nos anos 70. Pra marcar esse ano histórico, e inspirado por uma idéia do Roberto Sadovski, selecionei os clássicos de 99 em ordem crescente de importância. Opinião pessoal, claro, como se eu precisasse dizer. Veja a lista e reveja os filmes. Eles merecem.


12. Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma
de George Lucas

Depois de 16 anos de espera, a trilha de John Williams, acompanhada da frase “A long time ago...”, voltou às telas em uma aventura com falhas (leia-se Jar Jar Binks), mas nem por isso desmerecedora do titulo Star Wars.



11. O Gigante de Ferro
de Brad Bird

A animação que presta tributo aos filmes de ficção científica dos anos 50 fracassou nas bilheterias, mas logo virou cult. É desenho mesmo, sem CGI, e o robô gigante emociona até com a voz mecânica do Vin Diesel.



10. Quero Ser John Malkovich
de Spike Jonze

Crise de identidade nas mãos do roteirista Charlie Kaufman só podia dar nisso: um filme esquizofrênico, esquisito, engraçado e ao mesmo tempo seriíssimo. Uma brincadeira perturbadora que marcou época. Malkovich!



9. História Real
de David Lynch

Idoso decide visitar o irmão à beira da morte dirigindo um...cortador de grama. Aqui o diretor abandona as esquisitices habituais com uma história real, mas parece dizer que os humanos são estranhos mesmo sob uma ótica realista.



8. O Informante
de Michael Mann

Al Pacino e Russel Crowe dão um show de atuações na história do homem que pretendia denunciar a indústria do cigarro no programa de maior audiência da TV americana. Uma aula de cinema, jornalismo e coragem.



7. Toy Story 2
de John Lasseter

Woody e Buzz Lightyear voltam em uma aventura maior, melhor e mais emocionante que a original. A consolidação definitiva da Pixar como uma fábrica de filmes que provam que tecnologia e arte podem andar juntas.



6. Magnólia
de Paul Thomas Anderson

Um super elenco na história que trata da relação entre pais e filhos, além de vários outros temas, alguns explícitos, outros restritos a interpretações. Recorrer ao surrealismo é imperativo para aliviar a deprê.



5. O Sexto Sentido
de M. Night Shyamalan

O único filme que presta na carreira do diretor, que depois passou a se repetir e auto-homenagear. Parábola sobre a dor de ser diferente, o filme tem um roteiro impressionante, onde o final está escrito desde o começo.



4. À Espera de um Milagre
de Frank Darabont

Darabont é o diretor que mais entendeu a qualidade e o sentido da obra de Stephen King, um dos escritores mais subestimados da história. Assim como Um Sonho de Liberdade, é um filme que só cresce com o tempo.



3. Beleza Americana
de Sam Mendes

A hipocrisia dos subúrbios americanos é desmascarada pela câmera invasiva do diretor. E os espectadores viram voyeurs. É tudo muito divertido até o momento em que percebemos que estávamos olhando para nós mesmos.



2. Matrix
de Andy e Larry Wachowski

A ficção científica que, em meia dúzia de cenas memoráveis, marcou a história do cinema. Matrix vale muito mais pelas imagens criativas e inesquecíveis do que pelo roteiro recauchutado. Mas cinema não é imagem, por acaso?



1. Clube da Luta
de David Fincher

Numa lista dos melhores filmes de 1999, a primeira regra é falar do Clube da Luta. Brad Pitt e Edward Norton representam os personagens mais importantes de todos os tempos: o id e o superego. Quem ganha essa briga?

La Jetée.


O curta do Chris Marker que inspirou Os 12 Macacos do Terry Gilliam.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A New Comedy.


Legal esse cartaz que explora bastante a popular imagem do escritor/ator Larry David nos Estados Unidos. Mas o mais interessante é que o nome do diretor foi deixado de lado. Se fosse um qualquer, ok. Mas se trata de Woody Allen. Nos EUA, tirar o nome de Woody Allen dos cartazes é estratégia de marketing. Que povinho.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fã.


Nunca fui fã de Star Trek. Tinha visto os longas com a tripulação original e alguns episódios da série antiga. E só. Mas o filme que estreou sexta-feira mudou isso tudo. J.J. Abrams nunca conseguiu fazer com que eu me interessasse por Lost, mas me transformou num trekker de carteirinha. O filme é o que o cinemão de puro entretenimento não nos entregava desde o primeiro Piratas do Caribe: diversão impecável, caprichada, inteligente, e que faz a gente se sentir um pré-adolescente de novo. O grande mérito foi entender que pra conseguir o interesse do público, não bastava fazer um filme para os maníacos por Kirk, Spock e cia. Tinha-se que recomeçar mesmo. Mas não apenas com uma prequel, e sim com um filme dirigido ao público atual, como se a série estivesse começando agora, do nada, com um frescor que George Lucas não conseguiu imprimir nos episódios I-III de Star Wars. Para se ter uma idéia, tem até Beastie Boys na trilha. Os roteiristas Roberto Orci e Alex Kurtzman, que já tinham conseguido dar vida de verdade a uma história improvável sobre robôs gigantes que se transformavam em veículos, agora foram ainda mais longe. Para garantir o prosseguimento da série no cinema com total liberdade criativa, eles criaram uma realidade alternativa onde tudo que aconteceu na série de TV pode ser completamente ignorado. Toque de gênio. Mas se os fãs mais radicais podem ficar ofendidos com isso, o filme reserva uma participação comovente de Leonard Nimoy, o Spock original, e um final que presta reverência de joelhos ao programa dos anos 60. Provavelmente, o filme do ano. Sem exageros.



Sempre fui fã do Oasis. E ontem eu estava lá, no Gigantinho, com Liam Gallagher na minha frente (cantando mal mas e daí?) e o gênio Noel Gallagher um pouco mais à minha direita. O som, de onde eu estava, vinha embolado. As pessoas se aglomeravam ensandecidas desde a abertura com Rock n’Roll Star até o final com I Am the Walrus. Respirar era difícil. Suei uns cinco litros. E hoje eu estou surdo. Mas foi o maior show que eu já vi. E não estou falando de questões técnicas, óbvio. Quando vou a um show eu só levo em conta um aspecto: a emoção. E nada pode ser mais emocionante do que finalmente ver uma banda que faz parte da minha vida há 15 anos, e com amigos que compartilham comigo essa mesma paixão desde o começo. O fato de quase todas as músicas tocadas serem absolutamente brilhantes se torna até secundário. Segurei o choro em Don’t Look Back in Anger. Mas depois fiquei me perguntando porquê.

Em tempo: o hamburger do Mec Aurio é bem razoável. Não cheguei a virar fã, mas recomendo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Redemption.


Joe Strummer & the Mescaleros tocando Redemption Song, numa homenagem ao inacreditavelmente falecido líder do Clash. De chorar.

Coca-Cola.


Filmes publicitários têm que ser assim. E era isso.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Valsa com Bashir.


Ari Folman é um ex-soldado israelense da Guerra do Líbano. E também um cineasta. Traumatizado pela guerra, em especial por um massacre de civis palestinos cometidos pelos aliados da Falange Cristã, Folman tinha bloqueado as lembranças do conflito. Em busca da verdade, ele vai atrás de ex-combatentes para tentar montar o quebra-cabeça e ficar em paz consigo mesmo. Para registrar essa busca, ele decide fazer um filme. O resultado é Valsa com Bashir. Mas o que se vê na tela não é um simples documentário, e sim um dos melhores filmes de animação já feitos. Utilizando um recurso cujo resultado visual é semelhante ao da rotoscopia, Folman utiliza tudo que a linguagem pode oferecer, e traz tanto imagens realistas quanto oníricas para ilustrar as narrativas dos seus entrevistados. Incrivelmente bonito, o filme não deixa de fora as referências pop, com músicas nada óbvias dos anos 80, de bandas como PIL e OMD. No final, o público entende que a ideia de fazer um filme de animação não era apenas pela exploração das suas possibilidades, mas principalmente para aumentar o impacto da última cena. O silêncio na sala era ensurdecedor.

Uma das melhores cenas do filme:

segunda-feira, 4 de maio de 2009